segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A PRIMAVERA CHEGOU! VAMOS CURTIR!

Crédito foto: atuleirus.weblog.com.pt/.../03/a_primavera_che


A primavera começou no dia 23 de setembro. Que tal curtir ao som de músicas inspiradas nessa estação, de diferentes estilos e intérpretes. Ouça abaixo o playlist.


PRIMAVERA (VAI CHUVA) - Tim Maia
SPRING LOVE - Stevie B
SOL DE PRIMAVERA - Beto Guedes
MANHÃS DE SETEMBRO - Vanusa
FLOWERS IN THE WINDOW - Travis
QUE FIM LEVARAM TODAS AS FLORES - Secos & Molhados
BEAUTIFUL DAY - U2
FLORES EM VOCÊ - Ira!


MusicPlaylistRingtones
Create a playlist at MixPod.com




E se você conhece alguma (s) música (s) que tenha primavera em seus versos, envie sua sugestão de playlist no espaço para comentários.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

UMA SENHORA NA TERCEIRA IDADE QUE PRECISA AMADURECER

Por Rafael Lins

No último dia 18, a televisão brasileira chegou na casa dos 60 anos. Com a chegada da TV digital e testes em 3D, podemos dizer que a senhora TV está conservada, com corpinho de mocinha. Só na aparência mesmo. Ultimamente vemos que o conteúdo de nossas emissoras, e não só os canais abertos como também os canais pagos, não está acompanhando tais transformações tecnológicas.

Vemos diariamente exurradas de comerciais vendendo produtos mirabolantes a programação exclusivamente religiosa prometendo verdadeiros “milagres” a telespectadores mais ingênuos. E novos rostos enfeitando a telinha, tentando mostrar que beleza e juventude são sinônimo de cultura e inteligência. Sem contar nos realities shows. Algo comum também lá fora, prova disso são modelos de programas estrangeiros copiados aqui de maneira exaustiva por quase todas as emissoras brasileiras.

Apesar de apostar em velhas fórmulas, agora a ordem é juvenilizar tudo. Segundo Chico Anysio, em seu blog em 2009: “(...) porque a Globo está cheia de jovens, algo que nasceu de uma frase do Daniel Filho quando ocupou por algum tempo o lugar do Boni. ‘A Globo precisa se juvenilizar’. Levaram o Daniel a sério e isso tem sido uma tortura para quem tem mais de 50 anos.”. Um desabafo de quem tem 79 anos de idade, 53 de carreira e mais de 200 personagens no currículo, mas que foi perdendo espaço. Seu humor apurado e inteligente deu lugar a uma nova leva de artistas revelados em stand-up comedy, a nova febre dos teatros brasileiros. Bem-sucedidos no palco, seus tipos e suas piadas se esvaem a cada programa semanal.

Mas ligo esse fato a uma declaração de Boninho no Twitter no início do mês respondendo a boatos sobre a suposta ida de Palmirinha Onofre (a ilustre culinarista nossa de todas as tardes da TV Gazeta) para o sem-fôlego Mais Você, da Rede Globo: “Sou a favor da renovação, a Palmirinha teve seu tempo. Parabéns. Para convidar alguém, seria uma chef jovem e moderna". Justificativa preconceituosa e esnobe vinda de quem fica caçando pseudo artistas em reality show. Ou o reflexo do mercado de trabalho que atinge até as grandes empresas de comunicação. Na televisão há espaço para todos, independentemente de idade, o que importa é o talento, a formação e o respeito do profissional do veículo para com o público. Existe hoje o debate sobre a televisão ser mais entretenimento do que educação.
Há quem defenda que isto é dever exclusivo do Estado, um pretexto para quem pensa que a sessentona deve ter somente apelo comercial, ser uma escrava da audiência ou ache que “tudo o que público vê, o público gosta”.

Sem moralismos, vamos pensar. Infelizmente vemos por aí, em pleno horário nobre, na sala de casa, pessoas comendo ratos, insetos para ganhar um prêmio em dinheiro à vulgarização do corpo da mulher em programas de auditório. Contrastando com o tempo dos pioneiros que, ao vivo, com esforço, boa-vontade e criatividade traziam entretenimento para toda a família. E detalhe: com o mínimo de tecnologia disponível. Era tudo feito de maneira artesanal, na raça mesmo. Destaque também para os veteranos jornalistas, que de maneira discreta devido a censura, nos mostravam reportagens e programas inovadores.

Os produtores e diretores devem se atualizar, porém, devem se espelhar nos pioneiros. Sou a favor da renovação, da ousadia, da experimentação da televisão, mas sem subestimar a inteligência do telespectador (do trabalhador semi-analfabeto, da criança, da dona de casa, do idoso e do adolescente, das classes de A a Z). De um modo criativo, pode-se instruir e entreter ao mesmo tempo. Todavia, a televisão brasileira já é uma senhora, mas que ainda precisa amadurecer.


Fontes:
Crédito fotomontagem: sites museudatv.com.br/thepeoplehistory.com